sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Presidente Lula Saio do governo para viver a vida das ruas


Foto Catarino Souza,Comicio  em goiania

Brasília- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez seu último pronunciamento à nação como ocupante do Palácio do Planalto. Em um discurso de sete páginas, Lula apresentou um balanço de seus oito anos de governo.
Ao longo de seus dois mandatos, destacou ele, foram criados 15 milhões de empregos, o salário mínimo teve ganho real de 67%, a oferta de crédito alcançou 48% do Produto Interno Bruto (PIB) e as reservas internacionais somam quase US$ 300 bilhões, dez vezes mais do que quando assumiu o governo.
Com uma marca histórica, o presidente encerra seus oito anos de governo com 80% de aprovação (87% pessoal) e no próximo dia 1º de janeiro, ele transmitirá o cargo à presidente eleita Dilma Rousseff. Segundo Lula, Dilma será uma presidenta "à altura deste novo Brasil”. "A minha maior felicidade é saber que vamos ampliar todas estas conquistas. Minha fé se alicerça em três fundamentos: as riquezas do Brasil, a força do seu povo e a competência da presidenta Dilma. Ela conhece, como ninguém, o que foi feito e como fazer mais e melhor".
FuturoSobre seu futuro, Lula disse que vai para as "ruas". "Saio do governo para viver a vida das ruas. Homem do povo, que sempre fui, serei mais povo do que nunca, sem renegar o meu destino e jamais fugir à luta. Não me perguntem sobre o meu futuro, porque vocês já me deram um grande presente. Perguntem, sim, pelo futuro do Brasil, e acreditem nele", disse o presidente. Para o presidente, os brasileiros hoje acreditam mais no País. Ele afirma ter semeado "esperança" e que em seu governo foi afugentada "a onda de fracasso que pairava sobre o País". Lula destaca atributos que o podem ter levado a fazer uma boa administração. "Se governei bem, foi porque, antes de me sentir presidente, me senti sempre um brasileiro comum que tinha que superar as suas dores, vencer os preconceitos e não fracassar. Se governei bem, foi porque, antes de me sentir um chefe de Estado, me senti sempre um chefe de família que sabia das dificuldades dos seus irmãos para colocar comida na mesa, para dar escola para seus filhos, para chegar em casa todas as noites a salvo dos perigos e da violência. Se governamos bem, foi, principalmente, porque conseguimos nos livrar da maldição elitista que fazia com que os dirigentes políticos deste grande País governassem apenas para um terço da população e se esquecessem da maioria do seu povo", afirmou.O presidente destaca grandes obras em andamentos, como as hidrelétricas do Rio Madeira e a Usina de Belo Monte, refinarias, ferrovias e até o trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo, que ainda não foi licitado. Lula valoriza também os investimentos na área de petróleo, com destaque para o pré-sal. Outro projeto mencionado é a transposição do Rio São Francisco, que também está em andamento.Ele enfatiza ainda ações na área social. Lula menciona o programa Bolsa Família, os aumentos acima da inflação concedidos ao salário mínimo, a ampliação do crédito e os programas Luz para Todos e Minha Casa, Minha Vida. A educação também mereceu lembrança, com o presidente destacando a inauguração de 214 escolas técnicas federais, a implantação de 14 novas universidades federais e 126 extensões universitárias, e as 750 mil bolsas concedidas pelo Prouni.Lula conclui o pronunciamento desejando um feliz Natal e um próspero ano novo e dizendo que sua felicidade está ligada a do povo. "Minha felicidade estará sempre ligada à felicidade do meu povo. Onde houver um brasileiro sofrendo, quero estar espiritualmente ao seu lado. Onde houver uma mãe e um pai com desesperança quero que minha lembrança lhes traga um pouco de conforto. Onde houver um jovem que queira sonhar grande, peço-lhe que olhe a minha história e veja que na vida nada é impossível. Vivi no coração do povo e nele quero continuar vivendo até o último dos meus dias. Mais que nunca, sou um homem de uma só causa, e esta causa se chama Brasil."